O excelente teclado QWERTY caiu muito bem num smartphone pequeno assim (ele tem apenas 10,9 centímetros de altura), pois seria difícil digitar na tela de 3 polegadas com rapidez. Ele é até melhor do que o usado no Motorola DEXT, que pode ser considerado seu concorrente direto. Os botões são levemente arredondados e macios, facilitando a identificação das letras – você nem precisa ficar olhando para elas o tempo todo.
Esse display é o menor entre os smartphones com Android disponíveis no Brasil. Mas o tamanho não é seu maior problema, e sim o fato de ser resistivo. Essa tecnologia, criada para os já antigos celulares com caneta stylus, dificulta ações como deslizar o dedo pela tela e pressionar botões pequenos. Para realizar ações como essas, é preciso imprimir mais força do que seria necessário numa tela capacitiva, como a do iPhone.
Uma coisa ainda agrava esse defeito: a falta de uma trackball ou de teclas de navegação. Não há nenhuma opção, além da tela sensível ao toque, para selecionar atalhos ou rolar a tela. Os únicos botões presentes na parte da frente são o tradicional menu, um para ir à tela inicial e outro para voltar, sendo os dois últimos sensíveis ao toque e iluminados por LED.
Numa das laterais do LG GW620, existem teclas de atalho para a câmera e para abrir o player de música. Lá também fica o slot para cartão microSD. Do outro lado, estão os controles para aumentar e diminuir o volume e a porta microUSB, que serve para carregar a bateria e transmitir dados entre o celular e o computador. Na parte de cima, há um botão de liga/desliga, que também bloqueia o aparelho, e uma entrada para fones P2.
Além do sensor de posição, que coloca a tela na horizontal ou na vertical, de acordo com a maneira como você está usando o smartphone, também há um sensor de proximidade. Ele tem a única função de desativar a tela quando ela fica perto do seu rosto. Afinal, a principal função de um telefone continua sendo falar, certo? Nesse quesito, ele manda muito bem, com áudio claro e sem engasgos. Mas, por ser pequeno, seu microfone não fica tão perto da boca como deveria.
Nossa maior irritação, durante o teste realizado pelo INFOLAB, foi quanto à lentidão com que o modelo roda alguns aplicativos. Abrir uma galeria de imagens com muitas fotos e assistir vídeos está longe de ser uma tortura, mas a resposta aos comandos não é imediata. Até o boot é demorado. A inicialização leva 1 minuto e 15 segundos, mas depois ainda é preciso esperar mais alguns segundos para que o equipamento engrene e comece a funcionar com certa velocidade. A culpa disso parece ser da memória interna de apenas 169 MB. Quando ela está cheia, prejudica o desempenho.
Com bom acabamento, mas não muito fino (tem 1,6 centímetro de espessura), o LG GW620 lembra até alguns modelos da Nokia – o N85 é um bom exemplo. Aberto, parece mesmo é com o Motorola DEXT. Só que é um pouco menor, por isso mais confortável de carregar no bolso. A bateria grande deixa o smartphone um tanto pesado para seu tamanho, com 139 gramas. A parte da frente é preta brilhante, enquanto a traseira é prateada. O teclado é preto com letras brancas, que proporcionam ótima leitura.
O material com que o celular foi construído não é daqueles mais nobres, como chapas de metal, mas seu plástico não é de se jogar fora. A carcaça parece firme e resistente, com exceção da tampa, fina demais. O mecanismo que abre e fecha o teclado slider também funciona muito bem, sem rangidos, e não parece que vai sofrer com algum tipo de “jogo” futuramente.
Android 1.5?
Sim, o celular está defasado em relação aos modelos com Android que estão sendo lançados no exterior. Como a versão do firmware instalada aqui ainda é a 1.5, ele fica devendo algumas ferramentas, como a indicação de rota curva-a-curva, encontrada no Google Maps da versão 2.0. Mas os programas de integração com o Google estão todos ali: YouTube, orkut e Google Talk, por exemplo. Um pequeno editor de vídeos também está disponível, assim como o QuickOffice, que serve apenas para ler arquivos.
Quando o assunto são aplicativos, o maior problema do Android no Brasil é que os usuários do país não podem comprar os programas pagos disponíveis no Android Market. Com o LG GW620, não é diferente. A atualização para um QuickOffice com permissão de editar textos, por exemplo, não é possível. Entre outros recursos interessantes, o aparelho tem um bom software para sincronização com e-mails e contatos do Outlook e ainda vem com um dicionário instalado.
Na diversão, o smartphone também merece elogios. Ele é o primeiro Android testado por nós com recepção de rádio FM. O player de música é idêntico ao já visto nos demais modelos com o sistema operacional (aliás, passou da hora de ele ganhar uma atualização no layout, né?). A câmera de 5 megapixels atende às necessidades básicas e tem bons recursos, como foco automático, detector de sorrisos, balanço de branco, temporizador, disparo contínuo e modo panorâmico.
Um teste que nos surpreendeu pelo ótimo resultado foi o de bateria. O modelo aguentou firme por 536 minutos, durante chamadas de voz, mais de 100 minutos acima da média da concorrência. No entanto, ele ainda não é o recordista nesse quesito. O mérito ainda fica com o Motorola DEXT, que suportou 610 minutos.
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