segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

O Sony Vaio P ganhou TV digital

Ele não é netbook, nem laptop. E para agravar a crise de identidade do Vaio P, agora o micrinho de 615 gramas da Sony ganhou TV digital. Nada de receptor USB ou antena externa – o sintonizador fica embutido. Com esse novo recurso, o modelo P730A exibe os canais da televisão aberta pelo sinal 1Seg, o padrão para telas de celular. Windows 7 instalado e disco rígido maior, agora com 80 GB, são os outros upgrades na configuração. Pelo conforto de ver a novela e o futebol, vale a pena gastar 3.999 reais?

Um dos destaques do brinquedo é a tela de 8 polegadas, com resolução de 1.600 por 768 pixels, que permite ao usuário assistir filmes em alta definição. Os vídeos ficam mesmo bonitos no display, por causa das cores vibrantes e da nitidez acima da média. Porém, a experiência com TV pode ser frustrante, pois a resolução 1Seg é de 320 por 240 pixels. O resultado são imagens de baixa qualidade, quando o tocador está maximizado. Para melhorar a situação, o software poderia ter, ao menos, função de gravador.

Totalmente diferente dos netbooks que encheram as lojas no último ano, o Vaio P é mais voltado às atividades multimídia. Vem até com fone de ouvido no pacote. É que o design minimalista não é ideal para quem busca produtividade. Até o touchpad está fora da jogada, em nome da beleza. As medidas ultra widescreen (com 24,5 centímetros de largura e 2 centímetros de espessura) dificultam coisas simples, como navegar na web e usar um editor de textos. É preciso ter visão de lince para rolar a página várias vezes.
Pode inventar o nome que você quiser para a categoria criada pela Sony (afinal, o fresco PocketStyle PC não deve pegar, né?). O fato é que o pequeno computador é direcionado a quem não está satisfeito com um smartphone na hora de digitar e-mails e adiantar alguma coisa para o trabalho quando estiver na rua. Para tarefas rápidas, ele é uma mão na roda, principalmente porque seu teclado é razoável, proporcionando um certo conforto.

Para conseguir encaixar teclas de um tamanho decente nessa base, a Sony não fez nenhum milagre. Simplesmente abdicou do touchpad, colocando um trackpoint em seu lugar. Você provavelmente odeia essa bolinha, mas ela é bem sensível, melhor que a usada naqueles notebooks corporativos. No fim das contas, o touch faz falta, mas pilotar a máquina com certa agilidade é questão de costume.

No mais, não há muitas coisas para reclamar nesse quesito, a não ser da proximidade entre os botões do cursor e a barra de espaço. Ao bater na barra com o polegar, quando você está escrevendo alguma coisa rapidamente, é comum esbarrar nos comandos errados. Ah, e tem a velha chatice dos notebooks da Sony: para digitar caracteres como barra e ponto de interrogação, é necessário usar uma combinação de teclas.
Alguns recursos inovadores facilitam a vida na hora do aperto. Uma coisa difícil de comandar quando você não tem um touchpad é a disposição das janelas. E a Sony resolveu isso de uma forma inteligente – colocou um botão de organização rápida, para montar um mosaico aleatório com os programas abertos. Exagerando muito, dá até para trabalhar com três páginas ao mesmo tempo.

Também existe uma ferramenta para abrir aplicativos rapidamente, quando o micro estiver desligado. Em cerca de 20 segundos, sem carregar o Windows, você abre um sistema operacional simplificado, com aplicações como player de músicas e vídeos, mensageiro instantâneo e navegador. Tudo isso numa interface simples e bonita, lembrando a do Media Center. O programa funciona com lentidão, mas quebra o galho.

Como o Vaio P saltou do Windows Vista para o Windows 7 Home Basic, esperávamos que houvesse um ganho de performance em relação à versão anterior. Mas, infelizmente, o micrinho continua rodando todo tipo de software com lerdeza, algo injustificável para uma máquina vendida por 3.999 reais. Abrir um simples editor de texto é uma tarefa que pode te deixar nervoso. Veja os testes de desempenho na próxima página.
A Sony poderia ter caprichado na configuração com o mesmo empenho mostrado na hora de criar o design do netbook. O Vaio P é mais fraco que um minilaptop comum, principalmente por causa do processador Intel Atom Z530, de 1,3 GHz. O disco rígido é de apenas 80 GB, e o único componente que merece destaque é a memória RAM de 2 GB. Seu Índice de Experiência no Windows 7 é de apenas 1,3 ponto.

Nos testes com benchmarks, os resultados também foram ruins. No PCMark05, a máquina atingiu 631 pontos. Já no 3DMark05, que avalia o desempenho do conjunto com gráficos em 3D, a pontuação foi 110, ficando 50% abaixo da média. Outro resultado problemático veio no teste de bateria. O PC aguentou apenas 118 minutos durante uso intenso. Pior: demorou mais de três horas para carregar completamente.

No quesito conectividade, também não há nada além do esperado. O Vaio P possui Bluetooth, wireless no padrão 802.11n e duas portas USB. Outra coisa legal é a câmera com Motion Eye (daquelas que acompanham o seu olhar). Mas várias coisas ficam faltando, como GPS e suporte a chips 3G, recursos presentes nas séries mais avançadas desse micrinho disponíveis no exterior.

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