segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Mercado de app móvel é boa opção de carreira

O que você acha de ingressar em um mercado com perspectivas de crescimento de 800% até 2013? Não, você não leu errado.

De acordo com um estudo da consultoria alemã Research2Guidance, especializada em TI e indústrias emergentes, nos próximos três anos o mercado de aplicativos móveis, ou APPs, para celulares deve crescer num percentual de 800% em todo o mundo.

Isso irá acontecer, diz a pesquisa realizada em abril de 2010, graças ao aumento global do uso de smartphones, atualmente baseados em plataformas que distribuem aplicativos por meio de App Stores. No Brasil, os números também indicam um cenário bastante positivo.

Segundo registro feito pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em abril de 2010, havia 179 milhões de celulares em uso no país. Destes, 9 milhões são aparelhos 3G.

No ano passado esse mercado movimentou 9 bilhões de reais no Brasil, conforme indica um estudo da Mobile Marketing Association (MMA), uma entidade que representa 550 empresas mundiais que trabalham o celular como mídia para publicidade. Federico Pisani, presidente da MMA, explica que esse valor foi baseado na percentagem da receita de operadoras de celular por serviços de mobile utilizado.

“Em 2010, calculamos que os negócios em APP podem atingir a marca de 15 bilhões de reais”, diz Federico. Na prática, esse boom de crescimento significa mais empregos e boas perspectivas profissionais.

Hoje, há mais de 280 empresas de APPs, espalhadas principalmente pelo Rio de Janeiro, São Paulo, interior paulista, Manaus e Recife. Estima- se que, juntas, essas companhias abrirão 500 vagas somente neste ano.

Se num passado recente a fila dos que apostavam nesse nicho resumia- se a empresas de ring tones e joguinhos, hoje a briga concentra-se entre os desenvolvedores de aplicativos de conteúdo para diversas mídias, mapas (GPS) e marketing mobile – os jogos continuam firmes e fortes no páreo, cada vez mais sofisticados e lucrativos.

A maioria dessas companhias é pequena, iniciadas com baixo capital. “No Brasil e no mundo o mercado se caracteriza por empresas pequenas e estruturas enxutas”, diz Alexandre van Beeck, sócio-diretor de planejamento e atendimento da Future Group, empresa de ativação full service e mobile marketing, de São Paulo. Segundo Alexandre, hoje o custo para desenvolver um APP é muito baixo e o acesso à tecnologia, fácil.

“O grande diferencial são as pessoas, alguém que ofereça ideias inovadoras e design criativo.” Segundo Federico, com um cenário tão promissor, não está sendo fácil preencher as vagas abertas nas empresas de APP. “Temos mais de 15 posições em diversos níveis e não conseguimos contratar”, diz.

O presidente da MMA acredita que isso ocorre, pois esse é um nicho novo, ainda em formação, com necessidade de alinhamento entre os profissionais e o mercado. As companhias de APP buscam jovens antenados e executivos comunicativos e habilidosos.

“É comum profissionais de 25 anos assumirem cargo de gerência de coordenação devido às expertises de uma geração que já nasceu online”, diz Alexandre van Beeck, da Future Group.

O salário médio pode não ser tão bom em comparação com outras carreiras estabelecidas — gira em torno de 2 500 reais —, mas os desafios valem a pena. A remuneração dos cargos mais altos fica em torno de 15 000 reais, “porém, com ótimas perspectivas de variáveis”, garante Federico Pisani.

Veja algumas características essenciais para preencher as vagas do mercado:

- Independentemente da área de atuação, o profissional tem de ter perfil de marketing, sendo capaz de transitar com desenvoltura no mercado, mostrando as possibilidades dos aplicativos.

- Formação em TI ou ciência da computação é desejável, mas não imprescindível. Dependendo do cargo, não é preciso desenvolver aplicativos, mas é importante ser um usuário ativo dessas ferramentas.

- É preciso conhecer a fundo a internet e todas as suas possibilidades.

- Como o design é fundamental, um curinga de todas as companhias é o designer gráfico que entenda de celular, criando layouts bonitos, fáceis e rápidos. Normalmente essa pessoa vem de empresas de internet.

- Entender as necessidades do cliente, sempre com foco no usuário. Ou seja, ter bom senso para desenvolver produtos que possam ser usados por qualquer pessoa, e não apenas por experts da tecnologia.

- Como as empresas oferecem flexibilidade de horário — o expediente raramente começa antes das 10h —, é preciso estar disposto a não ter uma rotina típica de escritório. O profissional entra tarde, mas pode varar a noite em um projeto ou ser acordado às 2h da manhã para sanar uma dúvida.

- É preciso estar preparado para deglutir muita coisa nova e sangue-frio para selecionar a gama infinita de informações e não entrar em pânico, achando que está ficando obsoleto.

- Para quem está começando, participar de competições internacionais de desenvolvimento de aplicativos funciona como uma vitrine para obter bom emprego. Alguns exemplos são o Ericsson Application Awards, o Imagine Cup e o Forum Nokia.

Aplicativos do bem

O manauara Jackson Feijó, de 27 anos, tem o típico perfil do jovem fissurado em internet que resolveu se aventurar no mundo dos aplicativos (APPs).

Formado em ciência da computação, o que o diferencia de outros profissionais do setor é que nos últimos três anos, como pesquisador do Instituto Nokia de Tecnologia, ele vem desenvolvendo aplicativos para pessoas com necessidades especiais.

Um exemplo é o Audio Aid, voltado para deficientes auditivos, que permite que sons como campainhas ou alarmes sejam percebidos por meio de vibrações. Outro aplicativo desenvolvido pelo jovem transforma a câmera do celular numa lupa, ideal para idosos ou pessoas com baixa acuidade visual.

De acordo com Jackson, os APPs estão disponíveis gratuitamente no site www.nokiaaccessibility.com. “Os celulares têm enorme potencial inovador para melhorar a qualidade de vida de muita gente. É um trabalho gratificante”, diz.

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Programador do WikiLeaks é preso nos EUA

Um pesquisador de segurança envolvido com o site Wikileaks foi detido por policiais americanos. Jacob Appelbaum ficou preso aeroporto por três horas e foi questionado sobre como entrou no país e sua relação com o WikiLeaks.

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Na semana passada, o WikiLeaks divulgou uma relação de documentos secretos que apontam crimes de guerra cometidos pelos Estados Unidos no Afeganistão.

Os documentos afirmam que pelo menos 195 civis foram mortos pelas tropas de coalizão no Afeganistão sem conhecimento público e oficial. Os documentos ganharam destaque em toda a imprensa mundial.

Appelbaum também foi abordado por dois agentes do FBI após apresentar-se na Defcon, principal conferencia hacker do mundo.

Morador de Seattle, Appelbaum desembarcou no aeroporto de Newark, Nova Jersey, vindo da Holanda na quinta-feira de manhã. Na ocasião, suas malas foram revistadas e o seu laptop inspecionado.

Segundo familiares do programador, os oficiais do Governo informaram a Appelbaum que ele não estava preso, mas detido para interrogação. Os agentes perguntaram sobre o WikiLeaks, pediram sua opinião sobre as guerras no Iraque e no Afeganistão e perguntou onde o fundador do site, Julian Assange, estava. O programador se recusou a responder as perguntas.

Após sua apresentação sobre o Projeto Tor na Defcon no sábado, Appelbaum foi novamente abordado por dois agentes do FBI. Eles disseram ter conhecimento da abordagem no aeroporto e era por isso que estavam lá. Os agentes recusaram revelar suas identidades.