segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A MS conseguirá retirar jornais do Google?

Existe uma intrigante ideia pairando na mídia: a Microsoft quer tanto superar o Google em buscas online que talvez pague os jornais para retirarem seu conteúdo dos resultados do gigante.

Só não esperem que este seja um plano lucrativo para os jornais.

A estratégia nada ortodoxa enfrentará alguns impedimentos, começando por este: a Microsoft não deve organizar um boicote ao Google, de acordo com fontes com conhecimento do assunto.

Isso contradiz outras fontes que disseram ao Financial Times e a outros jornais que a News Corp., dona do Wall Street Journal, está negociando um plano que impediria o Google de indexar seu conteúdo, em troca de uma pagamento da Microsoft.

As afirmações conflitantes são coerentes em um aspecto: a Microsoft está conversando com diversos veículos da mídia, incluindo a Associated Press, a respeito de como o Bing!, seu mecanismo de busca online, poderia exibir reportagens, imagens e vídeos de forma original.

As discussões poderiam resultar em novos acordos de compartilhamento de receita ou em outros tipos de pagamento - mas não vão necessariamente exigir um boicote ao Google.

Em teoria, pedir que a mídia impeça o Google de indexar seu conteúdo daria à Microsoft um alívio em seu castigo, já que o Bing! teria material que o Google não poderia oferecer, dando às pessoas um novo motivo para recorrer a outros mecanismos de pesquisa que não sejam o do Google.

Mas mesmo se a Microsoft estivesse desesperada para pagar por direitos exclusivos de indexação, ela teria ainda que gastar muito para garantir que os internautas soubessem que o Bing! tem informações que o Google não tem - talvez nem isso seja suficiente para mudar o hábito das pessoas de acessar o Google, de acordo com o analista da Forrester Research Shar VanBoskirk.

"A realidade é que as pessoas foram treinadas para acessar o Google em busca de informação, por isso se você não aparece no Google, terá prejuízo", ele comentou.

Sites de jornais precisam de todo o tráfego que puderem atrair, porque a receita gerada online não está nem perto de equilibrar as perdas com o impresso. A receita com publicidade impressa está há três anos diminuindo e deve em breve atingir seu mais baixo nível desde 1987.

Mais de 21% dos cliques em sites de jornais vem do Google, segundo a Experian Hitwise. Apenas 2% vem do Bing!, porcentagem menor do que a de outras referências como o Facebook, o Yahoo! ou o Drudge Report.

Até editoras que estão pensando em limitar o acesso do Google a alguns títulos sabem que provavelmente seria contraproducente eliminar os vínculos com um mecanismo de busca essencial para a navegação online.

Entretanto, algumas editoras não veem o Google como um aliado. Elas sabem que o sucesso do Google depende em parte da capacidade do seu mecanismo de busca de exibir trechos de reportagens e fotografias sem pagar por esse privilégio.

Ou então reclamam que os internautas que chegam até seus sites a partir do Google leem apenas uma reportagem e depois se vão.

O Google alega que seu mecanismo de busca é uma bênção para as editoras porque leva milhões de visitantes às suas páginas todos os meses.

"Cada uma dessas visitas oferece uma oportunidade de negócio para que as editoras exibam anúncios, conquistem leitores fieis e vendam assinaturas", disse o porta-voz do Google, Gabriel Stricker.


Nenhum comentário:

Postar um comentário